O dia em que me calei pra cuidar de mim.

Tem dias que não é fácil e hoje foi um deles. Não sei se é TPM, cansaço dos dias com a filha no hospital, a loucura de trabalhos na universidade, novo ciclo pós aniversário...só sei que hoje eu só queria ficar sozinha no meu chuveiro e chorar. Não sei se com você acontece igual, mas quando estou muito estressada, se não choro minha cabeça ferve, parece uma panela de pressão prestes a explodir, ou choro, ou morro. Sou uma pessoa positiva e na maior parte do tempo estou sorrindo, fazendo os outros rirem, mas quando bate a tristeza ela vem com tudo, avassaladora. Dura pouco tempo, mas às vezes causa estragos. Somos tão cobradas ultimamente, que temos que ser fortes, que muitas vezes não nos permitimos sentir porque sentir é sinônimo de fraqueza e num mundo competitivo fraqueza é sinal de derrota, e derrota é sinal de fracasso e ninguém quer fracassar, não por sua causa, mas pelo que os outros vão falar. Hoje dei um tempo nas minhas redes sociais. Desinstalei de meu celular. A partir de hoje quem quiser falar comigo, me ligue, me procure. Hoje me cansei de um monte de coisas e dei o pontapé inicial para minha saúde física e mental voltarem aos eixos. Você já pensou nisso, em passar mais tempo com você que com os outros? Pode ser uma boa. Que tal tentar? Xero Grande.

4.1

Hoje é meu aniversário. 41 anos já se passaram desde que cheguei pra viver essa jornada. Passou tão rápido, que às vezes nem sinto que tenho essa idade. Mas pensando bem em alguns momentos parecia que o tempo não passava, parecia que o momento ruim nunca iria acabar, mas acabava, e outros vieram, bons e ruins, mas eu superei todos. Melhor dizendo, estou superando a cada dia, porque tem alguns que deixaram marcas dolorosas, mas eu estou aqui, firme e forte. Sou uma pessoa extremamente positiva e acho que é esse o segredo pra viver bem, algumas vezes temos que dar uma de borracha e apagar situações dolorosas, senão passamos a vida toda nos lamentando e esquecemos de viver. Não tenho a vida que sonhei, até porquê não me lembro de ter planejado muitas coisas, não sou do tipo "extremamente organizada", nem nas coisas, nem na vida, gosto das surpresas. Aos 41 anos não tenho casa (construí minha casa em cima da dos meus pais, então não considero minha), não tenho carro, nem dinheiro na minha conta bancária, mas tenho um filho e uma filha que me fazem ter coragem de sair pra buscar o pão de cada dia pra que eles tenham uma vida bacana, mas que também me fazem buscar uma sociedade melhor, partindo da educação deles, para que sejam seres humanos na essência da palavra, que não pensem só em ter, mas em ser. Tenho um companheiro cheio de defeitos, para se somar aos defeitos meus e juntos buscarmos melhorar. Aos 40 anos voltei a estudar, dei um sacode na minha vida. Não está sendo fácil. ser mulher numa sociedade machista e querer sonhar não é fácil porque somos cobradas a exercer os papéis que a sociedade nos coloca, então uma mãe não pode estudar, não pode viajar, não pode pensar em algo que não seja para os filhos, senão não ganha a estrelinha de boa mãe. Vão se fuder tudinho!!!! Eu me dou ao direito de pensar em minha família, em fazer pelos meus filhos, mas de querer pra mim também. E assim meu filho e minha filha vão crescendo, sabendo que eles não podem se anular por ninguém, que devem sonhar e lutar por seus sonhos, porque para fazer alguém feliz é preciso ser feliz primeiro. Agradeço a Deus pela minha vida, e por tudo o que sou hoje, por cada pessoa que passou por mim e deixou um pouco de si. Sei que não sou fácil, mas se fosse diferente não seria eu. Feliz cumpleaños, Cecília! Feliz cumpleaños, Oddara!

Eu consegui!!!!

No ano passado resolvi fazer Enem, passei pro curso de Turismo na UFPB, fiquei feliz, mas ao mesmo tempo ansiosa pelo que estava por vir. Milhões de dúvidas encheram minha cabeça. Será que teria paciência para uma nova graduação? Como faria para trabalhar, estudar a noite, tendo dois filhos pequenos? Será que o curso é legal? Meu marido vai me apoiar, me ajudar pra que eu cresça nessa nova profissão? Mesmo em meio a tantas dúvidas mergulhei de cabeça. Uma turma massa, heterogênea, e logo fui encontrando meus pares.
Aos poucos fui reaprendendo a estudar, a aprender, foi difícil, a primeira nota um 7,5 que me fez pirar, mas corri atrás, estudei, me dediquei, pedi ajuda e aos poucos fui descobrindo meu caminho. Em 4 meses de aula fui entendendo quem era quem, me aproximando de uns, me afastando de outros, e sendo feliz.
Consegui passar nas 5 disciplinas, com média geral, acima de 9, o que é muito bom pra alguém que estava enferrujada desde 2002, quando fiz minha especialização. Foi uma ano maravilhoso mas difícil, não é fácil ser mulher, mãe, esposa, professora e dar outro rumo na vida, nem sempre temos o apoio dos mais próximos.
Mas eu insisti e consegui. O que posso a dizer às outras mulheres, mães, é que pra fazer sua família feliz você precisa ser feliz, antes de tudo, então corra atras de seus sonhos, nem que pra isso tenha que reorganizar a vida, contar com a ajuda dos outros, e às vezes dar uma de louca e surtar para que as pessoas entendam que você têm direito a ser feliz.
O ano está terminando, não cumpri todas as promessas e planos para 2017, mas o saldo foi positivo. Que venha 2018 e que seja tão bom quanto, ou de preferência, melhor.

O Segredo Para um Casamento Feliz

As pessoas vivem buscando receita pra tudo, para fazer tal bolo que viu na tv, para emagrecer, para ser feliz...tem quem busque receita para ter um casamento feliz, compra livros, vai a seminários, a igrejas. A verdade é que não tem segredo, não tem receita.
Casamento não é fácil, são duas pessoas diferentes, criadas de formas diferentes, por pessoas diferente, com sonhos e vontades próprias. O problema maior é que quando duas pessoas estão juntas há aquele pensamento que tudo tem que estar em comum, a casa, o gosto musical, a conta corrente, o facebook e até os sonhos para o futuro. Calma, não estou aqui pra dizer que pro casamento dar certo temos que viver separados, pra isso basta ficar solteiro ou solteira, mas é preciso o mínimo de individualidade.
Eu não deixei de ser Cecília quando me casei com Daniel, apesar de que em muitos momentos tenho que deixar minhas escolhas de lado por causa da casa, do marido e dos filhos, mas não porque sou obrigada, mas porque, naquele momento essa éa melhor escolha. O que não dá é pra deixar de ser quem você é, de correr atrás de suas verdades. São tantas coisas que podem fazer um casamento fracassar, a falta de grana é uma das piores, especialmente quando um só dos dois batalha, seja ele ou ela. Vejo exemplos de mulheres que se matam de trabalhar pra sustentar marido vagabundo e caso de homens que cada vez se escravizam mais no emprego pra dar "uma vida de luxo" à família, ambos estão errados, se apagando pelos outros. O casamento é um caminho que, se você quer percorrer todo, o caminho mais longo vai ter que saber a hora de abrir mão e de ser firme, de segurar as rédeas.
Meus pais são casados há mais de 40 anos e até hoje um não mexe sem autorização, na carteira do outro, por exemplo, isso é respeito. Ser feliz no casamento não é nunca brigar, às vezes o casal não briga porque também nunca conversa. Ser feliz no casamento é, primeiramente ser feliz sozinho porquê quando ambos são felizes individualmente, realizando sonhos, projetos, fica bem mais fácil de ser felizes juntos, realizando sonhos em comum. Eu sigo tentando, há quase 7 anos. Não tem segredo, nem receita, tem o dia a dia e as noites entre eles pra você construir uma relaçao de afeto, de respeito e de amor, cada um descobrindo onde apertar e onde afrouxar, mas nunca acorrentando o outro, a outra a você, afinal a pessoa tem que ficar porquê quer.
Sejamos felizes e aí faremos a outra pessoa feliz também.

De como voltei a estudar aos 40.

Voltei a estudar! Aos 40 anos de idade, professora, concursada, dois filhos, marido e cachorra, resolvi voltar a estudar. E não foi pós, não subi os famosos "degraus da academia", voltei pra uma escada diferente, lá do primeiro degrauzinho, estou cursando uma nova graduação, Turismo. Quando resolvi fazer o ENEM pela primeira vez não tinha grandes pretensões, afinal tinha terminado o ensino médio há séculos e mesmo assim, como fiz magistério quase não estudei química, física e biologia, mas como sou metida me inscrevi. Nos dias da prova, apesar de ver algumas pessoas mais velhas, me senti um peixe fora do aquário, uma velha atrapalhando o caminho dos mais novos, mas fiz as provas com toda paciência, usando todas as técnicas que passo para meus alunos e alunas. Deu certo. Fiz 642 pontos e escolhi o curso de Turismo. No final do curso de Educação Física estagiei por dois anos no hotel do Sesc e, até então, fora viajar, esse era meu único contato com esta área , mas escolhi este curso e comecei a pesquisar. Deu tempo de fazer muita pesquisa porque apesar de passar para o primeiro semestre, o calendário da Universidade Federal da Paraíba estava atrasado e as aulas só começaram em julho. Primeiro dia de aula, eu de caderno na mão, coração na boca, mas carão de quem quer e vai atrás. Me sentei na última cadeira, bem quietinha e fiquei repetindo interiormente: Cecília, fica quieta, se comporta e não abre a boca. A primeira dificuldade surgiu, percebi que aos 40 anos não dá pra se sentar na última cadeira, não conseguia enxergar nada que a professora escrevia, rsrsrs. Eis que de repente, primeira surpresa, a colega que estava sentada ao lado olha pra mim e pergunta: "Você não foi professora do Virgínius?Cecília, né? Você foi minha professora." Pronto, foi o que faltava pra eu me soltar, comecei a rir. Primeiro intervalo já comecei a fazer amizade, e ao saberem do fato anterior todos começaram a me chamar de tia, tia Ceci, pronto, estava batizada no curso, a tiazinha da UFPB. Meu maior medo de voltar a estudar era o de não ter paciência, de me sentir desmotivada, mas me surpreendi. A maturidade me trouxe várias coisas e uma delas a capacidade de focar, de ter objetivos e saber como criar estratégias para alcançá-los. Já faz um mês que as aulas começaram, não faltei nenhuma noite, apesar das dificuldades enormes pois tenho que deixar as crianças com meus pais, voltar pra casa de ônibus bem tarde, são muuuuitos textos para ler, fora o trabalho na escola e o trabalho em casa. Já ouvi palavras que me deixaram pra baixo, mas rapidinho mudei meu foco para meus objetivos e segui em frente. Não sei o que o futuro me reserva, não sei se vou terminar o curso, nem se vou passar nas disciplinas com boas notas porque estou reaprendendo a aprender (confuso isso né, mas é assim mesmo, estou descobrindo como, aos 40 anos consigo compreender, consigo aprender e isso tem sido massa), mas o que sei é que esse novo recomeço tem me deixado muito feliz porque, finalmente consigo ter algo que é meu, só meu, não é dos meus filhos, dos meus pais, do meu marido, dos meus colegas, É MEU! aos meus colegas de turma, só posso dizer que a história de vida de cada uma, de cada um, o deixar tudo, mudar de cidade para estudar, sair todo dia de outra cidade, outro Estado de ônibus para assistir aula, sair de seu mundo, e seu quadrado e enfrentar um curso diferente, superar depressão, angústias, a idade, para estudar, é meu incentivo diário, minha força para continuar. Vamos juntos e juntas conseguir.

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada.

Ontem minha filha resolveu cortar os cabelos, propus um chanel e mostrei fotos, ela disse que queria mais curtinho. Fomos ao salão e assim foi feito. Ela ficou linda, mais linda ainda. Porque resolvi esrever sobre isso? Gente, é só cabelo, cresce. Eu sou testemunha disso, basta ver como mudei de corte, tamanho e cor de cabelos nestes 40 anos de vida. Algumas pessoas quando viram minha filha de cabelos curtos deram chilique. "Como vc faz isso com a bichinha, o cabelo dela é bom!!!" Ah tá, quer dizer que se o cabelo fosse "ruim" tinha que ser curto (ou alisado), mas como é "bom" tem que ser grande?!!! Que eu saiba cabelo não mata, não rouba, como pode ser qualificado como bom ou ruim, pra começo de conversa! Depois, ao meu ver os cabelos são uma parte do todo que nós somos, através deles mostramos um pouco do que sentimos, do queremos, o que desejamos ser. Minha mãe tem cabelos curtos, eu, na minha infância sempre tive cabelos curtos, agora tenho novamente e acho maravilhoso minha filha, por escolha dela querer se parecer conosco, acho que isso tem algum significado positivo, não acham? Então, antes de me criticar, entendam, minha filha, aos quase 5, tem direito a escolher. Ela vai ser o que quiser ser, vai usar o cabelo que quiser, e ser feliz como sentir que deve ser, porque pra mim o que importa e vê-la feliz. Guardem seus esteriótipos, seus padrões de beleza antigos no fundo de suas gavetas e nos deixem com nossas vidas felizes.

Pra Ficar Oddara

Sou da década anterior ao computador, a internet, as redes sociais. Quando criança o máximo de tecnologia que tínhamos era a tv convencional e o videogame, mas isso era luxo. Apesar disso não tive uma infância na rua, subindo em árvores, aprontando todas, dos 2 aos 10 anos morei em um apartamento de 3 andares e só descia para brincar com a supervisão de algum adulto. Aos 10 anos me mudei de cidade e de Estado, apesar do sofrimento inicial, hoje agradeço por estar aqui em João Pessoa, não me vejo em outro lugar. Porque comecei falando sobre as tecnologias? É que hoje sou apaixonada por tudo o que elas podem nos proporcionar. Na minha adolescência me divertia nas salas de bate-papo, adorava conhecer pessoas, conversar com elas, saber dos lugares onde viviam, das coisas que faziam, foi nessa época que virei Oddara. Quando entrávamos nas salas para conversar precisávamos de um nick, um apelido, me veio logo na mente a música de Caetano "Deixa eu dançar pro meu corpo ficar odara. Minha cara, minha cuca ficar odara..." e desde então sou Oddara. Na internet conheci pessoas maravilhosas, outras nem tanto, escrevi o que quis, as vezes li o que não quis, e assim fui vivendo, dentro e fora da rede, até que em 2010 conheci aquele que agora vem a ser meu marido e pai de meus filhos. Pois é, gosto mesmo das redes sociais e as uso bastante, mas também gosto de bater um papo, de me fazer presente na vida dos outros e de tê-los presentes na minha. Enfim, gosto de gente, virtual ou presencialmente, gosto de conversar, de falar (até demais...rsrsrs), de ouvir, de ler histórias e de contá-las, por isso resolvi criar este blog, sem grandes expectativas ou pretensões, só pra interagir, só com as teclas do computador ou talvez, quem sabe, com você que está lendo este texto agora. Seja bem vinda, seja bem vindo ao meu mundo, sigamos juntos pra gente ficar odara.

O dia em que me calei pra cuidar de mim.

Tem dias que não é fácil e hoje foi um deles. Não sei se é TPM, cansaço dos dias com a filha no hospital, a loucura de trabalhos na universi...